Encontrando equilíbrio
O marido me convidou para almoçar em um restaurante na praia, na rua.
Pandemia. COVID. Medo. Mas eu disse: Vamos!
Antes de ir: ansiedade. Receio. Mas fui. Fomos.
Na ida, caminhada. Apreensão. E, se?
Chegamos. Pegamos a senha. 88.
O display na rua marcava, 60.
Enquanto espera, decidimos os pratos. 66.
O cartaz indicava só 3. 73.
Eu, salada com feta. 77. Ele, burrata. 84.
A moça retirou do cartaz a salada com feta. It’s over, baby! 87.
Quero o mesmo que você. 88. E uma cerveja!!
Almoçamos. Tomamos 1 chopp.
Comi com os olhos. O estômago roncando. Devorei.
Hmm… bom! Bom e belo!
Belo? É! Meu marido! E gostoso, o prato!
Nos olhamos. Ele entendeu. Eu entendi.
Precisávamos daquele momento. No meio do povo, à distância. Só nós dois. Crianças.
Refletimos sobre crianças, filhos, descendentes e a gente.
Ele me disse que me ama do jeito que eu sou.
Perguntei: Mesmo depois? Ele disse: Sempre!
Eu sorri. Entendi. Entendemos.
É nesses momentos que temos certeza do que importa.
Sair de casa me trouxe de volta. Para mim. Pra ele.
Somos nós outra vez, inteiros.
E que acabe de uma vez esse nevoeiro
e essa pandemia tenha um fim
para que coisas boas nasçam de mim! ❤